sexta-feira, 21 de março de 2014

Sobre o meu pai

Publicada por Karna Feminino à(s) 22:13

Bom, ainda que atrasado, achei por bem fazer uma publicação acerca do dia do pai com um caráter mais pessoal, porque este também não me foi um dia indiferente. Também tenho um pai, a quem também dei, em conjunto com os meus irmãos, um presentinho e com quem jantei na passada quarta-feira.
O meu pai... Bem, não posso dizer que é um gajo que me enche de carinhos e me diz "querida filha", sem ser ironicamente, nem me pega ao colinho, até porque não sou muito mais pequena do que ele. Mas também não é um pai pouco afetuoso, dá-me sempre dois beijos bem repenicados quando chega a casa. É um pai assim-assim.
Também não é um gajo que me vem com discursos acerca do amor de pai e de filha, de ser a menina dos seus olhos. Não, até porque ele gosta mais de reproduzir discursos de partidos de esquerda e acerca dos sindicatos, imitações que, se não fossem estarem constantemente a ser feitas, até tinham alguma graça.
Também não é um gajo que eu possa dizer que me ensinou a andar de bicicleta, até porque ele não sabe, ou a andar de patins ou a jogar qualquer coisa. Não, mas ensinou-me que quando um miudo lá da praia, que me andava sempre a bater, me chateasse, lhe devia dar com uma barbatana em cheio nas trombas. E resultou.
O meu pai... É mais outro estilo. Uma vez vi um título que acho que o caracteriza: "As M*rdas que o Meu Pai Diz", mas no sentido de o meu pai ser um pai mais cómico e irónico, mas só para uma audiência restrita. Sim, porque se chegar alguém fora do núcleo familiar cá de casa, ninguém o ouve.
Mas quando estamos só nós... Fala por nós todos juntos. Parece uma galinha com gargalhadas histéricas.
O meu pai é mais do estilo de nos arranjar alcunhas a todos e de estar-nos a "picar" até ao limite. Mas atualmente, não sei se pelo avanço da idade, está a tornar-se o nosso alvo de chacota.
Aquela pronúncia marcada. O nariz e o cabelo grisalho iguais aos da mãe dele (uma das piores ofensas para ele). Aqueles lugares-comuns dele e as piadas sempre repetidas, que ele categoriza como clássicos. As piadas inventadas por ele. A sua capacidade para ver o lado cómico em todas as situações. Os esquecimentos e baralhações dele.
E depois tem outra coisa: o meu pai vive as nossas histórias como se fossem as dele. Mas vive mesmo. Se virmos alguém de quem ja contamos algumas histórias, ele chama por essa pessoa. Mesmo que não a conheça de lado nenhum.
O meu pai é mais desse estilo... É um pai gozão. Mas é o meu pai.

(imagem retirada de http://toonclips.com/design/5077)

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